Projeto deve ser bonito e prático, com espaço para circulação entre móveis
A primeira dica para compor uma sala de estar é decorar de acordo com o gosto dos moradores. Isso não significa deixar de usar as tendências para criar o design do ambiente, mas a escolha dentre as possibilidades deve ser feita de modo a deixar o espaço confortável – além de prático, é claro.
“Podemos combinar pufes gigantes com chaise-lounges , sofás e poltronas, tudo em cores ou padrões condizentes, aconselha a arquiteta Ana Paula Naffah Perez, do escritório paulista C+A Arquitetura e Interiores.
E não vale pensar que o espaço é muito pequeno para o tamanho da criatividade. Passa esses casos, Ana Paula sugere o uso de espelhos, do teto ao chão, para dar impressão de ambiente amplo. Também fala em aproveitar recantos para embutir prateleiras ou móveis mais estreitos, que podem servir para guardar copo ou garrafas de bebida, por exemplo.
Cores
Para as salas menores, uma indicação é o branco, que dá a sensação de amplitude, sendo uma boa opção para espaços menores. O “efeito visual intenso”, como coloca Ana Paula, é ainda mais intenso quando usado em sofás, móveis e outros elementos. Para quem prefere fugir das paredes alvas, a sugestão é usar tons de bege e castanhos, por serem versáteis na combinação com outros componentes da decoração.
Segundo a arquiteta, cores mais vivas ficam melhores se usadas para destacar detalhes do projeto, como um pilar, os rodapés, ou contornos das janelas. A lista ainda inclui o teto e, se for o caso, apenas uma das paredes.
O centro da sala
A funcionalidade é uma característica que caminha ao lado da beleza. No caso da sala, é preciso levar em conta que o espaço é o mais usado pelos moradores, e serve a diferentes propósitos, como ler, assistir televisão e receber as visitas, entre outros. Nesse sentido, o projeto deve contemplar liberdade de circulação entre os móveis, o que implica que sejam bem dimensionados e bem distribuídos.
Tudo começa com a escolha do “ponto central” da sala. Pode ser algum móvel, como sofá, mesa de centro, ou mesmo aberturas como janelas amplas e portas do terraço, por exemplo. Para o sofá, a premissa indicada por Ana Paula é a qualidade. “Por ser o ‘rei da sala’, exige um alto investimento”, infere. A sugestão é escolher estrutura de madeira, material que também compõe as juntas, embora essas ainda possam ser feitas de metal. As molas devem estar juntas e apertadas, e o enchimento preferencialmente deve ser de espuma de alta resistência ou de poliuretano.
Para os tecidos de revestimento a palavra chave é resistência. “A seda é lindíssima, mas muito frágil, comenta Ana Carolina Tabach, arquiteta do mesmo escritório paulista. Algodões e veludo aparecem como boas opções, ao lado de chenilles , microfibras eultrasuede .
Mesa de centro
Quadrada ou redonda? Alta ou mais baixa? Grande ou pequena? O conceito principal neste caso é o da proporcionalidade. O tamanho ideal é no máximo metade do comprimento do sofá, e uma largura de cerca de 75 centímetros no caso das ovaladas. Móveis quadrados e retangulares estão em alta, mas para salas pequenas, o tampo redondo é uma alternativa mais viável – o diâmetro não deve passar de 90 centímetros, indica Ana Carolina.
As mesas quadradas estão em alta, seguidas de perto pelas retangulares. O tamanho é relativo, mas em qualquer caso – mesmo nas opções arredondadas – , o ideal é que o objeto de centro fique a pelo menos 80 centímetros dos outros móveis, permitindo a livre circulação das pessoas. “Independentemente do modelo escolhido, as mesas não devem ser mais altas do que o assento do sofá”, completa a arquiteta.
E o material? Ana Carolina diz que a madeira seria o mais indicado, pela resistência e durabilidade, mas afirma que qualquer material pode ser usado: alumínio, cobre e acrílico, metal e vidro.
Com móvel ou sem móvel
Com a diminuição do tamanho dos cômodos em muitos imóveis construídos recentemente, Ana Carolina Tabach pondera que a mesa de centro vem caindo em desuso. Da mesma forma, seu companheiro no ranking de mais importantes da sala de estar, o móvel da televisão também já não é essencial. Hoje os modelos de tela plana permitem suspensão na parede, dispensando o aparo.
Por outro lado, a quantidade de equipamentos eletrônicos conectados ao televisor cresceu: tocador de DVD, Blu-ray, home theater , decodificador de TV por assinatura, aparelho de som. Isso sem contar o barateamento dos discos de música e filmes.
Para armazenar tanta coisa, mesmo que a televisão esteja pendurada na parede, muitas vezes é necessário um móvel. A dica da arquiteta para essa peça é que combine com os eletrônicos, “para que o media center fique bem harmonioso”. Por causa dos discos, ela indica opções com gavetas ou portas. “E não esqueça: dois ou três metros é a distância ideal entre a TV e o sofá, conclui.
Mais dicas
– Todos os ambientes da sala devem ser bem iluminados. Se a luz natural não alcança em algum cantinho, opte por abajures, lustres ou mesmo iluminação indireta – como lâmpadas embutidas no gesso rebaixado -, que conferem ar intimista ao ambiente;
– Mantas e almofadas coloridas ou estampadas são sugestão para renovar a aparência dos sofás e poltronas;
– Cortinas também fazem parte da decoração, abertas ou fechadas. Lembre-se delas quando pensar no projeto da sala de estar;
– Peças únicas ajudam a dar a sua cara ao espaço. Sugestões: taças, jarras, quadros e estatuetas;
– Objetos pessoais também funcionam para imprimir sua personalidade ao ambiente. Exemplos: livros, porta-retratos, plantas;
Foto: Shutterstock
Fonte: ZAP Imóveis