Manter as piscinas limpas durante o ano todo não é tarefa simples, porém é algo necessário mesmo durante o inverno para evitar a proliferação de vermes parasitas, bactérias e garantir a saúde dos indivíduos.
Flávio Araújo, Diretor Técnico da Associação Nacional dos Fabricantes Construtores de Piscinas e Produtos Afins (ANAPP), explica que a água da piscina não precisa ser trocada nunca. “A manutenção para alta ou baixa temporada é a mesma, verificando pH, alcalinidade total, dureza cálcica e cloro da piscina, o que difere é que na baixa temporada, o uso tende a cair, diminuindo um pouco o uso de produtos”, ressalta.
Alexandre Pedro da Rocha, da empresa Subservi, especializada na execução de serviços subaquáticos, esclarece que a manutenção preventiva, além de melhorar a qualidade da água, reduz os gastos com energia e produtos químicos. “A baixa temporada é a hora mais indicada de executar os reparos necessários, como a reposição de rejuntes, troca de azulejos, pastilhas quebradas, pesquisa de vazamentos”, diz.
Manchas
Sócio-gerente da empresa Intervenção Sub Mergulho, Duarte Júnior orienta que os procedimentos de limpeza no inverno podem ser mais esporádicos, principalmente se a piscina tiver algum tipo de mecanismo de cloração automático. “Mas nenhum sistema de cloração é capaz de eliminar folhas ou qualquer outro detrito que venha a cair sobre a água e se não houver manutenção a piscina pode ficar com aspecto sujo, mesmo que esteja com cloro”, explica.
De acordo com ele, há casos em que aparecem manchas de gordura nos pisos, azulejos e pastilhas, ou manchas de ferrugem, quando por acidente algum material metálico é deixado na água. “Nesses casos é necessário fazer um polimento subaquático, onde é utilizado uma polidora pneumática e um mergulhador especializado se encarrega de polir a cerâmica, devolvendo a ela o aspecto limpo, e a clareza da água”, relata.
Ralos pedem atenção especial
Motivo de muita preocupação em relação à segurança nas piscinas coletivas, os ralos de fundo também precisam de atenção especial, mas em geral são totalmente negligenciados pela maioria dos proprietários e responsáveis por piscinas e, o que é pior, até mesmo por projetistas.
Segundo Flávio, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) orienta para que sejam usados, no mínimo, dois ralos de fundo para cada bomba. No entanto, é muito comum encontrar piscinas com apenas um ralo de fundo. “Recomendo sempre entrar em contato com algum profissional para avaliar a sucção dos ralos e verificar se há riscos”, explica.
De acordo com Flávio, os responsáveis devem estar cientes de que a norma da ABNT que trata do ralo de fundo é a NBR 10339. “A grade do ralo de fundo deve ter dimensões inferiores a 10 milímetros”, orienta.
Há muitas ocorrências de acidentes com ralos de piscinas, e a mais comum é quando o banhista fica preso no ralo de fundo porque o cabelo enrosca na grade ou tampa ou há sucção da parte dorsal do corpo. Alexandre Rocha explica que pela norma devem-se instalar tampas FSB, que atendem as demandas de drenos mais seguros. “A tampa FSB (iniciais do nome Flávia de Souza Belo, que em 1998 sofreu um acidente no dreno de uma piscina) é a mais recente tecnologia que, em vez das convencionais aberturas das grades, possui pequenos orifícios que impedem o entrelaçamento de cabelo. Essa tampa tem uma área duas vezes maior do que a das tradicionais e atende a uma vazão máxima de 30 m3/h”, descreve o especialista.
Por Graziella Itamaro
Fonte: CondomínioSC